sexta-feira, 29 de abril de 2011

Sonho



Estava no chão de um bosque.  Tudo era um silêncio morno e envolvente. Ainda posso sentir o cheiro das folhas, o gosto amadeirado e úmido. A luz permeava pelos galhos em tons amarelados. O chão era de um verde musgo, de pedras cobertas com limo; porém, confortável como um campo macio. Eu, deitada, observava o brilho ensolarado e distante, que se detia nas folhas verdes e chegava apenas em nesgas ao chão. Devia haver uma cachoeira ali por perto. Pensei em ter ouvido a água correr. O Sol brincou com os movimentos dos galhos pelo vento; caleidoscópio de luzes. Silêncio. O tempo parou.
Não lembro como acordei.

Ilustração: Hayala 

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Delírios



Morrer de amor pra quê?
O poeta atormentava-se buscando.
Deixo de ver poetas agora.
Quando antes na taverna,
decepção amorosa aqui e lá.
Um lugar escuro com o clima pesado do demais saber.
Quero viver de luz, sexo e, se der sorte,
amor até o fim das minhas noites.

Ilustração: Camila Sepriano

segunda-feira, 25 de abril de 2011

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Bolinhas de sabão





























































Na solidão dos meus pensamentos errantes e não-resignados existe um lugar que é o mais próximo que já cheguei de mim mesma, é um mundo onde não são necessárias armas, onde sou mais verdadeira do que jamais consegui ser fora dele.
É o meu mundo.
Lá meus olhos são como janelas, e as pessoas são como bolinhas de sabão, frágeis, dançando ao ritmo do vento.
Lá percebo que a maior parte do tempo sou tão alheia a mim mesma, que deixo de me perceber. Sou como bolinhas de sabão... sou como as crianças que fecham os olhos para se esconder...


Ilustração: Raff Ribeiro

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Te conheço

Te conheço a muito tempo. 
Te conheço toda a vida. 
Te conheço por acaso. 

Te olho nos olhos. 
Te falo o que eu quero. 
Te ligo mais tarde. 
E lá eu te espero.


Ilustração: Danilo Fernando

terça-feira, 12 de abril de 2011

1




















































Para comemorar um mês dos primeiro post no Blog: O post que houver maior número de visualizações únicas até o dia 13/05 será o vencedor. Este, receberá um prêmio que será previamente publicado aqui no Blog, bem como o regulamento completo.
Participem. Divulguem. Colaborem.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

O doce fel


Escorre pela doce face salgada
Entre os seios nasce o desejo
No seu ventre esconde e amarga

Ilustração: Danilo Fernando

quinta-feira, 7 de abril de 2011

O Político



Com o focinho metido nos livros estudava.    
Aluno aplicado e zeloso, queria ser político.  
Reprovado no vestibular, tornou-se bandido. 

Microconto: Jef Nascimento
Design: Gus Moreira

terça-feira, 5 de abril de 2011

Mundo Meu



Mundo meu, Mundo meu.
Não quero, nada seu, que é teu.
Não quero, nada nem tudo.
Passa fundo, passa a frente, tenha afeto pela gente.
Proteção é o que eu peço, proteção é o que eu quero.
Um mundo grande está se acabando, e nossos dias vão diminuindo.
E de nada nosso povo está precisando?
É apenas isso que eu quero saber.
Posso estar confuso, posso não saber de nada, só quero saber meu destino, para saber qual será meu caminho.
É só isso que eu quero saber, é só isso que quero entender.
Se meu mundo vai acabar, quero ser feliz até….
Tudo isso terminar Mundo meu.

Ilustração: Camila Sepriano

domingo, 3 de abril de 2011

Os Sovietes



Se Reuniam todo domingo de manhã.
Reuniões nobres.
Jogavam pôquer, bebiam e fumavam.

Microconto: Jef Nascimento
Ilustração: Gustavo Rocha

sexta-feira, 1 de abril de 2011

O Frívolo

O trabalho. A caixa de e-mail. O metrô. O ônibus. O trânsito.
Tudo estava tão cheio.
Menos sua carteira e sua mente: vazia e em órbita.

Microconto: Jef Nascimento
Fotografia: Rudá Cordaro